sábado, 14 de abril de 2012

Francisco José concede entrevista a respeito das eleições 2012 em Cerro Corá

Um dos nomes mais importantes da oposição cerrocoraense, Francisco José da Silva, o Chiquinho da FETARN, concedeu uma entrevista aos blogs tratando a respeito das Eleições 2012 no município. Você confere a seguir os principais trechos dessa conversa: 

Qual é a sua posição, hoje, diante das especulações e expetativas do povo sobre as composições para 2012 nas eleições municipais de Cerro Corá? 

F.J: Nós estamos ouvindo a opinião do povo, respeitando o sentimento de cada pessoa. São eles os eleitores e não vamos tomar posições precipitadas. É ouvindo cada um e os partidos, através dos seus representantes, que consegue formar uma chapa de candidatos, aglomerando o maior número de partidos possível, pois todos os partidos e seus líderes são valorosos e merecem todo o crédito necessário para debaterem, todos juntos, quem de fatos são os pré-candidatos a serem referendados em suas convenções partidárias. Devemos, sim, lutar para formar uma proposta de chapa comprometida com as necessidades do município de Cerro Corá e os anseios do povo cerrocoraense, seja ele da cidade, da serra ou do sertão. 

Na eleição passada a oposição saiu com duas chapas (Ana Maria e Othom Militão) e, mesmo obtendo mais votos, perdeu a cadeira do Executivo para o bloco de situação. Isso pode acontecer novamente este ano? 

F.J: Não. A oposição não pode mais cometer estes erros de caminha dividida, tem-se que ter muita maturidade politica. Veja só o resultado daquela campanha de 2008: tínhamos 8.113 eleitores aptos a votar; deixaram de votar 1.205 pessoas (14%); tivemos 546 votos nulos (7%) e 116 votos em branco (1%). O Prefeito atual obteve 2.908 votos (46%), Ana Maria teve 2.705 votos (43%) e Othom Militão obteve 633 votos (10%). Se somarmos aquela votação de Ana Maria com a de Othom Militão teremos o total de 3.338 votos, suficientes para comprovar que os votos de oposição foram maioria. Não quero dizer que isto deve ser analisado como um fator isolado, por si só, mas serve de parâmetro para aferir-se que neste município os partidos de oposição têm voto e representam os votos da maioria da população. Isto ficou bem nítido nas urnas naquele ano de 2008, sendo um fator positivo e que deve ser bem trabalhado pelos partidos de oposição. Com isto, não podemos manter as vaidades pessoais. Acredito na sensibilidade de todos os representantes de cada partido que formam esta frente. O nosso objetivo é o melhor para Cerro Corá: um município importante e que tem um potencial indiscutível, mas tem sido penalizado por falta de investimento nos diversos setores públicos e com a ausência de projetos comprometidos com o desenvolvimento do município e de sua população. Uma administração não pode ser apenas de pinturas de fachadas, meios-fios, festas, distribuição de brindes, tem que se ter muita coisa a mais, tais como: planejamentos, projetos de geração e ocupação de mão de obras, que gerem empregos e trabalho para o nosso povo; projetos de infraestrutura, saneamento, mais zelo pela saúde, educação e segurança; assessoria e assistência técnica, investimento na agricultura, além de outros setores importantes para o desenvolvimento do nosso Município. 

Você fala de uma composição analisada pelos partidos e referendado pela população? Mas o grupo Silva tem nomes com potencial para candidatos, a exemplo de Dr. Eliedson (Advogado) e Ana Maria. Então como você pensa administrar essa proposta? 

F.J: Reafirmo o que já falamos: todos os partidos da base da oposição têm nomes com potencial, todos, tanto para chapa majoritária como para proporcional de vereadores. Para mim os melhores nomes são os que o povo indicarem, seja em pesquisas de opinião pública, seja por qualquer outra forma de expressão. Não estamos aqui para impor qualquer nome ou candidatura e sim para construir uma proposta que realmente tenham respaldo popular. Mas todos estes partidos devem sempre estar em constante reflexão, para que se colham todas as opiniões necessárias e se tomem as melhores decisões. Serão esses nomes que levaremos para as convenções que serão realizadas em junho deste ano para oficializarmos como candidatos escolhidos, formando as coligações e registrando as candidaturas. Hoje têm-se, apenas, pré-candidaturas, mas nosso objetivo é construir uma proposta que tenha, exatamente, esse respaldo popular, que exprima a vontade do eleitorado. Espero que assim seja os sentimentos dos demais representantes dos partidos da base aliada. Para isso, nós estamos dialogando com todos. Deve-se pensar na parte politica sem perder de vista a responsabilidade que temos de uma excelente gestão para o município de Cerro Corá. 

Na eleição passada Ana sempre liderou as pesquisas e no final a situação terminou ganhando. A que você atribui o resultado? 

F.J: Ana, que era candidata pela coligação do PRB, PCdoB, PHS, PRB, PT e PSB, sempre pautou a sua campanha com a verdade, com propostas claras, evidenciando as reais necessidades do Município, tanto na área econômica, social, técnica, politica, ambiental e em todas as dimensões, sem propor o que não podia realizar. Isto foi motivo para a situação enveredar na campanha deles prometendo o que não tinham e o que não podiam fazer efetivamente, a exemplo de centenas de empregos e de casas, saúde e educação de boa qualidade, os melhores salários para os profissionais da educação, saúde e os demais servidores, além das inúmeras obras que prometeram que seriam realizadas, promessas que se repetiram na eleição da Governadora Ciarlinne. O tempo passou e o povo que acreditava em tudo isto hoje está decepcionado. Como é que esse povo vai novamente acreditar em outras promessas? Acreditamos na sabedoria dos eleitores. Hoje a historia é outra. O povo analisou que Ana Maria estava sendo sincera, não fez campanha enganando a população nem denegrindo ninguém, até porque ela tem um trabalho há muitos anos junto à população e todos já a conhece. 

A atual gestão, quando assumiu, reduziu o salário de muitos que prestavam serviços na prefeitura e passou a investir na compra de diversas outras lideranças ou bases políticas. Isto não foi a gota d’agua para a insatisfação de muitos que levantaram a bandeira daquele candidato e o elegeram? 

F.J: Concordo que sim, além das promessas que não se concretizaram, esqueceram-se dos aliados, principalmente do PMDB, em cujo partido muitos estão insatisfeitos com os acontecimentos ao longo deste mandato atual. 

Você não acha que a oposição tem sido calma deixando a atual gestão muito a vontade? 

F.J: De nossa parte, sim. Se eu não ajudar, não atrapalho. Sempre fui assim. Penso que é melhor ajudar nas ações para o Município, de que estar guerrilhando. Mas sempre procuro, em meus discursos e ações, orientar o povo e fortalecer seus conhecimentos e indicar os caminhos por onde trilharem para se desenvolverem e desenvolverem nosso município. Este papel de fiscalizar, cobrar, corrigir, debater, cabe mais aos vereadores e a população, pricipamente aos que o elegeram. Tenho respeito por todos. Esta é minha posição num Estado Democrático de Direito. Isto não invalida de termos a nossa posição politica que venha beneficiar nossa população. 

Como você analisa a questão da reeleição no Brasil? 

F.J: A população corre um risco, porque alguns gestores, não todos, no segundo mandato, às vezes relaxam, achando que já tem todo o poder politico necessário. Mudam de comportamento, deixam de realizar seus deveres como administrador e a população perde com isto, além de disputarem no poder, sem afastarem-se do cargo, muitos deles usando a “máquina pública”, a influência, a hierarquia, o dinheiro público, os servidores, a estrutura pública, para fazerem suas campanhas, num verdadeiro abuso do poder político, num verdadeiros desrespeito às leis, à ética, à lealdade, à moralidade pública. É o que vemos acontecer em muitos municípios. Isto gera uma campanha desproporcional, pois quem estar no Poder já entra na campanha com muitas vantagens, facilitando suas campanhas. Quando se vai disputar uma vaga de vereador, por exemplo, se o pré-candidato tiver qualquer função pública, tem quer licenciar-se 6 meses antes para poder concorrer. Prefeitos, Governadores e Presidente da república têm essa regalia, a de não ser necessário afastar-se do cargo que ocupam. Fazem campanha em pleno exercício do Poder, muitos de valendo da “máquina publica”, como citei. Não sou contra a reeleição, desde que o candidato esteja afastado de seu cargo. Esta medida deve ser para todos, sem privilégio para ninguém. 

O que você acha da ficha limpa? 

F.J: A lei da “ficha limpa” veio com o objetivo de corrigir uma série de distorções na aplicação do dinheiro público, diante dos fatos que vêm se evidenciado na história do Brasil, de seus Estados e Municípios. A população não aguenta mais os escândalos que vem acontecendo estes anos todos e solicitaram, com mais de um milhão de assinaturas, apelando para o Congresso Nacional, que fosse criada uma lei punitiva para o político mal e para aquele que pretende ter cargo público sem tem uma carreira limpa. Foi a pressão popular que conquistou e hoje estar em vigor, dando muita dor de cabeça em gestores que não aplicaram devidamente os recursos públicos, complicando a situação de candidatos no próximo pleito, além de aumentar mais as exigências para todos que pretendem concorrer. Sabemos que muitos aplicaram honestamente, mas a burocracia tem penalizado muita gente. Mas isto tem o lado positivo: quem não quiser se expor e ser severamente punido tem que ter muito cuidado na aplicação do dinheiro público, fazendo-a da forma correta, legal, sem cometer nenhuma irregularidade, que é o que a população espera, cobra e merece.

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